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A peça Hamlet, escrita pelo famoso dramaturgo inglês William Shakespeare no início do século XVII, é considerada uma das obras-primas da literatura mundial. Com sua complexa trama de traição, vingança e loucura, a história do príncipe dinamarquês que busca justiça pelo assassinato de seu pai tem sido encenada em todo o mundo por mais de 400 anos.
Mas em uma nova produção da peça, um grupo de atores com Síndrome de Down está trazendo uma nova perspectiva sobre esse clássico.
A companhia de teatro peruana, Teatro de La Plaza, inovou com a produção de “Hamlet” para o palco do Teatro de São João, no Porto. O que torna esta produção única é que os oito atores são neurodiversos, em sua maioria com Síndrome de Down.
A produção foi levada por duas vezes um festival internacional de teatro. A primeira foi em 2019, no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, em Portugal e a segunda foi esse ano no 31º Festival de Curitiba.
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A diretora artística da produção, Chela De Ferrari, disse que a repetição é uma característica dos atores neurodiversos.
“Eles têm a capacidade da repetição, e ao mesmo tempo um frescor na repetição. Ignoro se é próprio da condição destes atores, mas é do mais belo que podemos aprender com eles. Estão sempre novos no palco. Vêm sempre com a mesma ânsia de comunicar cada palavra”.
De Ferrari.
A produção de “Hamlet” da Teatro de La Plaza desafia as normas convencionais da arte teatral e oferece uma experiência inclusiva e inspiradora que destaca a beleza e a diversidade da neurodiversidade. O objetivo é desmistificar a Síndrome de Down e mostrar que as pessoas com essa condição podem desempenhar papéis importantes na sociedade.
O espetáculo foi um sucesso de público e crítica, evidenciando a importância da inclusão e da diversidade na arte. A iniciativa abre caminhos para que outras companhias sigam o exemplo e promovam a inclusão em seus elencos, abrindo espaço para talentos e histórias que muitas vezes são invisibilizadas pela sociedade.