Eduardo Martini mergulha na vida de Clodovil Hernandes no teatro e revela que o estilista enfrentou uma falta de amor constante. No espetáculo “Clô, Pra Sempre”, em cartaz no Teatro União Cultural, em São Paulo, a caracterização impressionante do ator faz com que ele se pareça quase idêntico ao icônico estilista, e sua interpretação traz a voz de Clodovil de volta ao palco.
Martini ressalta que Clodovil não é apenas um personagem, mas uma persona, uma figura real que deixou uma marca significativa. Para o ator, não é possível inventar alguém que realmente existiu. Clodovil tinha uma relevância enorme e uma personalidade multifacetada, e é isso que Martini busca transmitir em sua interpretação. Ele não defende nem critica o estilista, mas dá vida a essa persona única.
Essa não é a primeira vez que Martini interpreta Clodovil no teatro. Em sua primeira peça, intitulada “Simplesmente Clô”, o ator já havia conquistado o público e aprofundado seu entendimento sobre quem foi o verdadeiro Clodovil, indo além da imagem polêmica que sempre foi vista nas telas.
Martini acredita que a falta de amor foi um dos grandes problemas enfrentados por Clodovil. O estilista não reconhecia o amor que as pessoas tinham por ele, provavelmente por ter sido rejeitado por seu pai biológico e pelos pais adotivos. Sua mãe adotiva não demonstrou afeto, chegando a dizer que não queria cuidar de “um macaco cheio de feridas”. Para Martini, Clodovil estava constantemente buscando amor e aprovação.
A representação do amor na vida de Clodovil se tornou um tema central na peça. Martini quis destacar esse aspecto e o espetáculo termina com uma cena que evoca esse sentimento de amor. Clodovil amou alguém que preferiu ficar com a família por ele ser casado, e esse relacionamento complexo é explorado na narrativa.
Além de “Clô, Pra Sempre”, Eduardo Martini também está envolvido em outras duas peças: “Ladrão Que Rouba Ladrão” e “Para Você Lembrar de Mim”. Ele brinca dizendo que é uma verdadeira maratona, mas quando surge uma oportunidade, ele a agarra pelos cabelos. Para Martini, a vida é assim, temos que agir. “Quem tem projeto é arquiteto, nós temos que fazer”, diz ele com bom humor.
Sobre a reação de Clodovil à peça, Martini acredita que ele teria gostado. Até agora, não encontrou uma pessoa que falasse mal do espetáculo. Existe uma emoção envolvendo o público, já que Clodovil tem uma memória afetiva na vida dos brasileiros. No entanto, Martini tem certeza de que Clodovil teria feito algumas mudanças: “Ele diria: ‘Isso aqui não quero, vamos fazer assim'”.
A peça “Clô, para sempre” fica em cartaz no Teatro União Cultural até o dia 29 de julho.